Em evento realizado em agosto
passado no interior de São Paulo, o 27ª Reunião Anual das Sociedades de
Biologia Experimental (Fesbe), pesquisadores apresentaram os benefícios obtidos
no cérebro com o uso da ayahuasca, popularmente conhecida como chá do Santo
Daime. A Ayahuasca é uma bebida produzida a partir de duas plantas
amazônicas, a “Banisteriopsis caapi” e “Psychotria viridis”.
Entre os vários estudos realizados,
um analisou a atividade cerebral de homens e mulheres, entre 24 e 48 anos, antes e depois da ingestão do
chá, realizando exames de ressonância magnética, que demonstraram a ativação de duas regiões
do cérebro, uma relacionada à memória e outra ligada à visão. Ainda segundo o
estudo, registros anteriores já haviam demonstrado que o chá atua nas mesmas
conexões da serotonina, neurotransmissor ligado às sensações de prazer e
bem-estar.
Apesar desta divulgação,
especialistas são cautelosos ao liberarem o uso indiscriminado da erva, ainda
que seja natural, pois existe uma série de restrições, como a pessoas usuárias
de medicamentos antidepressivos, além da
necessidade da realização de mais estudos.
Desde 2010, foi oficializado no
Brasil as regras para o uso religioso do ayahuasca. Tal resolução foi publicada
no Diário Oficial da União e, entre outras determinações, veta o comércio e
propagandas do composto, que só poderá ser cultivado e transportado para fins
religiosos e não lucrativos.
Além disso, a norma coíbe o uso do
chá com outras drogas e em eventos turísticos e também oficializa um
cadastramento facultativo das entidades que o utilizam.
Em 1985, a bebida chegou a ser
proibida no País, mas liberada dois anos depois, quando estudos demonstraram a
importância de seu uso religioso. No início dos anos 90, teve uma nova
tentativa de proibir o chá e em 2002, mais uma vez, tiveram denúncias de mau
uso do chá, o que gerou os estudos mais recentes.
No site da Uol, o médico Wilson
Gonzaga, psiquiatra integrante do grupo multidisciplinar do Conselho Nacional
de Políticas sobre Drogas (Conad), responsável pela resolução que regulamentou
o uso religioso da ayahuasca no Brasil, faz uma importante observação: “ampliar
a consciência não significa ter alucinação em seu sentido pejorativo, ampliar a
consciência é alcançar um estado mental que permite uma reflexão profunda,
semelhante à meditação. Já a alucinação é uma percepção alterada da realidade.
Aqui no Estado do Rio, existem vários locais que fazem uso do chá em seus
rituais.
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